Em 2024, o Governo Federal registrou um recorde preocupante de vazamentos de dados, totalizando 3.253 incidentes, conforme dados do Centro de Prevenção, Tratamento e Resposta a Incidentes Cibernéticos de Governo (CTIR Gov), vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Esse número supera em mais de duas vezes o total de incidentes de 2020 a 2023, estabelecendo um novo marco histórico para o setor público brasileiro.
Diante dessa situação, a Associação Brasileira de Avaliação da Conformidade (Abrac) enfatiza a necessidade da adoção de padrões internacionais de segurança da informação, como a certificação ISO/IEC 27001. Segundo a vice-presidente de Relações Institucionais da Abrac, Alessandra Costa, a implementação dessa norma pode ser determinante para prevenir futuros vazamentos e proteger os dados sensíveis dos brasileiros.
“A crescente quantidade de vazamentos evidencia fragilidades em diversas instituições. A ISO/IEC 27001 fornece diretrizes essenciais para estruturar um Sistema de Gestão da Segurança da Informação (SGSI), oferecendo uma base sólida para a proteção de informações críticas”, destaca Costa.
A ISO/IEC 27001 estabelece normas para a gestão de segurança da informação, permitindo às organizações monitorar e aprimorar seus processos de segurança continuamente. A norma é uma aliada na conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), além de reduzir o risco de exposição de dados pessoais e corporativos.
A Abrac sugere que empresas e órgãos públicos busquem um organismo certificador, credenciado pela Coordenação Geral de Acreditação (Cgcre) do Inmetro, para obter a certificação ISO/IEC 27001, garantindo a validade e o reconhecimento nacional e internacional. Além disso, a adoção de certificações complementares, como a ISO/IEC 27701, voltada à privacidade de dados pessoais, e a ISO/IEC 27018, focada na proteção de dados em nuvens públicas, é recomendada.
“As certificações ISO/IEC agregam não apenas uma camada de segurança extra, mas também um diferencial competitivo para organizações que buscam proativamente enfrentar o aumento de incidentes cibernéticos,” conclui Costa.